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A procura do amor

Atualizado: 9 de mar.


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Introdução

 

Buscamos o amor ou esperamos ele bater a nossa porta?

Lutamos por ele ou deixamos que nos convença que precisamos amar?

Há idade certa para amar?

 

Um garoto se indaga, e ao pensar decide partir em busca do amor verdadeiro, sem esperá-lo bater a sua porta, decido a encontrar o que se pensava ser o tal amor.

 

Ele aprenderá como dito em Eclesiastes;

 

"Há para tudo um tempo determinado" e que na nossa vida "há tempos de risos e choros", mas para o garoto serão sorrisos ou lágrimas?

Uma narração em fatos verídicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 1

 

Chuva com cheiro de amor

 

Chovia muito. O típico ditado: "está caindo o mundo!" Uma frase que com ela traz para algumas pessoas o medo, ar de tempestade, de fúria, de perigo, o que se acompanha com raios e trovões, aqueles que nos primeiros sinais, a mãe gritava:

— Desliga tudo, tampe os espelhos com um lençol, guarde o celular, saia de perto de tomadas, tira todos os eletrodomésticos da tomada.

Essa fala, em tons de ameaça, de braveza e preocupação, com fortes sinais de medo. Momentos que marcava uma infância. Naquele dia não era diferente, o céu parecia ter vida própria, as nuvens davam se o ar de revolta com a terra, e em tentativas de vingança, desejavam águas e fúrias, ventos que faziam as árvores estalarem, raios e trovões que iluminavam o céu e tremiam à terra. Mas não havia medo em um tal garoto que olhava este dito tempo tempestuoso se passando uma calmaria a ele, o contrário de muitas pessoas que se tremiam de medo.

Naquele momento, a chuva, o vento, os raios e trovões, lhe dava uma calma que o silêncio jamais daria. E no seu olhar, a chuva o fazia pensar, e desejar ardentemente um amor a quem naquele momento estivesse com medo e agarrada a ele, como ato de proteção, de segurança, de conforto. Está era uma das mensagens e desejo mais profundo que a chuva lhe passava.

E ele buscou. Buscou muito, incessantemente, ele queria tanto um amor, que as opiniões daqueles que o cercava era inútil. A menor opinião diferente da qual ele queria ouvir, se tornava motivos para briga, de revolta, e isso alimentava mais o desejo do proibido, principalmente quando se ouvia que não estava na hora, não era o tempo, e que ele não acharia o que procurava. Se tornava uma busca pessoal, algo a se ter para provar ser possível. Bom, aquelas pessoas tinham razão.

As tentativas que assim ele tentou o levou a lágrimas, muitas delas derramadas mais que uma tempestade, e como se fosse atingido por um raio essa era a tal sensação de ter seu coração despedaçado. A tempestade deixou de ser no mundo e passou a ser dentro do seu próprio coração. Uma tempestade implacável e impiedosa, uma força da natureza imparável, que ao passar do tempo lavava a ideia e procura de um amor como outrora se tinha por objetivo principal.

O então garoto se tornou um jovem, apático, metido, orgulhoso, egoísta. Bom essa era a ideia de personalidade que ele queria passar. E por mais que havia sim, traços dessa personalidade, tudo se passava de uma proteção para um coração bastante ferido. Se tornou uma máscara, algo para se esconder e evitar que a tempestade aumentasse, que a dor e ferida fosse insuportável. Mas, lá, no fundo, aqueles de verdade que o rodeavam sabia de suas verdadeiras qualidades, e de sua dor ao esconder quem se era, e de renunciar aquela busca por um amor, a aceitação de quem estavam corretos, e a certeza de que nem todos nasceram para se ter um amor.

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 2

 

As primeiras tentativas

 

Defensor da idade, de que um número não pode representar o desenvolvimento de uma pessoa, de seu caráter e de seu compromisso. Certo ou errado, no fundo, se parecia uma desculpa para buscar o que ele queria. O que se diverge da mentalidade que hoje se tem alinhado com a mesma perspectiva do vinho, quanto mais velho, melhor, mais saboroso, encorpado, e assim o homem, maduro, sábio, íntegro.

Mas, voltando anos, ele a conhecera, uma jovem, alguns anos mais velhos, e o jovem, abalado emocionalmente pelo seu sofrimento, fazia do seu coração um centro de caridade, querendo curar a todos menos a si mesmo, pois ele não fazia ideia de como fazer isso. A projeção de cuidar de alguém para ser cuidado o fazia cruzar limites da sua saúde física e emocional, mas na sua cabeça era um mal necessário, e com isso lances depressivos e ansiosos o tomaram. Infelizmente.

 Certo de que estava vivendo um amor, a tal jovem de cabelos loiros, olhos verdes, o hipnotizava como uma serpente, ele inocente correndo um risco desnecessário se ouvisse tantos conselhos. Parecia amor, mas era uma paixão doentia. Que se levou ao fim, e a uma das primeiras dores que o amor o trazia.

Novamente o relógio passava, e outra pessoa entrava em sua vida, desta vez em um casamento, um dia especial onde os dois se conheceram, conversaram, nasceu algo, e olhando de uma forma geral, os sinais eram perfeitos de que agora sim, estaria vivendo um amor. Dois anos de relacionamento, a conclusão? Não era amor! A busca pelo amor estava se tornando obsoleta. Dolorida o suficiente para haver sinais de preocupação, pensamentos de abandono. Não! Não pode, a luta deveria continuar pelo objetivo, amar e ser amado, a todo custo! Custando mesmo bens preciosos que ele não notava.

E como dizem, a vida é feita de escolhas, de sacrifícios, alguns deles necessários trazendo a nós benefícios, outras dores, lagrimas, tristeza, em casos graves até o pedido de morte. Algumas escolhas que no pensar, no examinar anos após se torna uma besteira, e atos de se auto ofender por escolher algo tão fútil e pequeno, colocando em risco a si mesmo por algo tão baixo e pouco. A tal da mente jovem, ansiosa e despretensiosa. A busca pelo almejado dava direito de se perder o que for, de sofrer o que tiver de sofrimento. Um preço muito alto! Um preço que ninguém deveria pagar.

 

 

CAPÍTULO 3

 

A busca pelo dito Amor

 

Algum dia em nossa jornada por essa terra sentimos o amor. Pelos nossos pais, irmãos, aquele parente mais próximo, aqueles avós que nos dá o ar de conforto, aquele amigo/irmão, e às vezes alguém que do desconhecido se torna o tudo, e o amor floresce. A questão é que nem todo amor foi feito para durar e ser vivido.

Para o tal garoto, o amor era o ápice de sua existência, o significado de seu nascimento, a busca pelo tesouro no final do arco-íris, o motivo de batalhas árduas, a resposta de orações dolorosas, ele queria o amor, amar e ser amado. Porém, a sua idade não o permitia se ter uma visão da vida mais madura e ampla, sua visão era focada apenas no amor não permitindo que vesse o que cercava o tão esperado amor.

E assim ele iniciou, como dito sem a aprovação de muitos, revoltado com todos, mais sedento, com uma vontade absurda de sentir, de viver, de expressar, de receber o que se tanto queria. Mal sabia, que a vida lhe preparara uma lição, dolorosa, e que anos depois traria sua moral, sua resposta e seus aprendizados.

Afinal, sempre conhecemos alguém, que não escuta o conselho, por mais que ele seja bom, que possa salvar sua vida, há pessoas que somente a dor e sofrimento os despertam para a sabedoria que palavras não podem ensinar.

 

 

CAPÍTULO 4

 

Marcas do suposto amor

 

As areias do tempo passavam. E com cada grão de areia uma vontade ensurdecedora de encontrar o amor. Se parecia como uma corrida, uma competição. Não. Muito raso. Se parecia a luta pela vida, quando a morte se passe frente aos seus olhos.

E novamente, o tal garoto se encantou por alguém que teria o poder destrutivo para o torturar. Alta, morena, cabelos cacheados. Condições anormais que outrora jamais seria colocada como viável, mas a luta e a sede pelo amor e ser amado era tão grande que certo e errado, feliz oi triste, sorriso ou lágrimas perderam seus significados, não havia distinção. Haveria apenas a busca, uma busca alucinante, e para quê? Não sei. O que é o amor?

Nós, seres humanos temos a tal ousadia, de querer o que não pode ter, de buscar aquilo que não podemos, de almejar o que a nós mesmo se define por destruição. Não entendemos essas coisas, não em primeira experiência, e continuamos buscando, nos colocando onde não cabemos, nos permitindo sentir, viver, o que um dia taxamos com palavras; "jamais" e "nunca", por expressões de que nenhuma pessoa deveria viver sob tais condições e se permitir habitar em uma tempestade, por um amor raso como uma colher, que insistimos em dizer que é profundo como um oceano.

O garoto, contrariando a muitos, fez sua escolha baseadas no que ele presumia ser amor, e na sua busca interminável, em complô com o ditado de que os fins justificam os meios, já que o fim almejado era o amor, toda a dor causada e sentida para se chegar lá neste meio de processo era valida, era necessária. Concorda? Se sim, deveria reavaliar o que você tem por significado "amor".

A jovem, o destruiu. O torturou, não em uma cadeira, com facas, com táticas militares, com ameaças a família, nada tão grosseiro. Pior, uma tortura psicológica. Uma dor que não se sabe onde dói, ela apenas dói. Lágrimas que fazem do rosto, rios, que encharcam o travesseiro, que coloca em xeque a própria existência, que no ápice da dor o desejo pela morte se torna irrefutável. Isto é amor?

Com sorte, ele conseguiu escapar, mesmo que todo quebrado, ensanguentado, vítima de uma das piores torturas que alguém possa suportar, ele saiu, se arrastando, chorando, se perguntando, quando tomei essa decisão de aceitar tudo em nome do amor?

E a nossa vida é assim, vivemos, e com o passar dos dias, dos anos, as experiências que acumulamos, as batalhas que perdemos e vencemos nos transmite lições valiosas, chegando ao ponto de falarmos:

 — Como queria voltar no tempo, e poder fazer novas escolhas com a mente que hoje tenho! (Em tons de lamento profundo)

Mas não podemos. A vida somente tem uma direção, ela não permite retornos, nos dá acesso a memórias passadas, mas jamais o direito de voltar ao passado e mudá-lo. O jovem, mesmo na sua situação deplorável, tinha suas convicções de que aprendera um pouco mais sobre o amor, refutando a si mesmo o que acreditava ser significado de amor. O início, de um aprendizado que irá transformá-lo. A chave para sua libertação da busca de um amor, e o começo do entendimento que nem todos nascem para serem amados!

 

 

CAPÍTULO 5

 

Quase amor

 

Com o passar do tempo, ficamos mais seletivos com algumas coisas. Vejo isso de uma forma normal, até nosso paladar muda de tempos em tempos, por que não mudaríamos conceitos de vida baseados nas nossas experiências?

O jovem garoto, se encontrava encarcerado, não em prisões físicas, mas atados a correntes emocionais, notou-se que a busca pelo amor não consistia em andar por caminhos retos, por bosques tranquilos, jardins floridos, era uma coisa mais grotesca, sangrenta, barulhenta.

Sua busca pelo amor assemelhava com uma guerra, impiedosa, massacrante, a típica guerra que soldados ao voltarem para casa enfrentam problemas gigantes como TEPT (transtorno do estresse pós-traumático). Os eventos que eles se mantiveram, as coisas que tiveram que fazer, as escolhas que tomaram, as muitas vezes que se viam presos sob forte ataque com tiros, granadas, bombas, a perda de companheiros, de amigos, fazia eles repensarem a escolha feita ainda jovem de se alistar para a guerra.

O tal jovem, repensava, se arrependia, mas nada poderia ser feito, ainda não podemos viajar no tempo, e mesmo que ele tivesse uma máquina do tempo, o tal jovem tinha total conhecimento das leis e consequências que teriam em mudar o passado. Algumas coisas, jamais podem ser mudadas, podemos ter o ato de escolha mil vezes, algumas coisas têm que acontecer e não há escapatória seja a felicidade ou o sofrimento.

Com feridas a serem curadas, dores a serem tratadas, ele continuou, caminhou. A ideia de procurar um amor já se parecia menos atrativa, notava-se um receio, um medo, já não era algo a ser conseguido a duras penas. Se ponderava a dificuldade que ninguém fala de conseguir um verdadeiro amor, alguém disposto em mesma sintonia se molhar na chuva, enfrentar as dificuldades junto a você. Pessoas raras atualmente!

Em certo dia, alguém entrava em sua vida, sem pedir muito licença, mas era uma pessoa que valia certos sacrifícios, aos olhos do jovem, claro! Morena, cabelos negros como a noite, olhos castanhos como mel, um sorriso lindo, e um beijo alucinantemente viciante!

O jovem, a desejou ardentemente, e muitas coisas os conectavam, a química, o desejo, a luta por querer alguém, por serem valorizados, era uma chance a cada um em um milhão, o que ele tanto pedia e buscava. Como adultos que somos, entendemos que nada é perfeito, fora a existência de Deus, e quando falamos da raça humana atrelamos erros e defeitos incontáveis.

Ambos tinham dificuldades em se ter um diálogo. A paz entre dois reinos, entre países não se dão pela força bélica, mas sim pelo quando conseguem ter um diálogo claro e compreensão. No momento que não se entenderem e o diálogo não for mais claro, não se haver compreensão, exércitos serão posicionados a fronteira e uma guerra se inicia muitas vezes por questões banais, por coisas que se sentassem e falassem havendo graus pequenos de entendimento não haveria mortes de inocentes.

Realmente, o jovem e a garota mais próximos de um amor não se sentaram e não conversaram!

Por seus motivos, ele traumatizado e machucado o suficiente para ver certas coisas que somente o tempo lhe traria esse conhecimento. Ela perdida e confusa em tomar e assumir as escolhas da própria vida. Na perca da compreensão, na ausência do diálogo, o amor destinado a ser um êxito se tornou um amor fadado ao fracasso.

Desta vez, não fora uma tortura para o jovem, mas a experiência de um luto emocional, a perca de algo promissor, de uma chance rara que se tem na vida, o luto por um sentimento valioso que nascera entre os dois. Cada um com sua parcela de culpa, o amor que haveria entre os dois, fora sepultado. Enterrado. E como ele a tentativa de encontrar, a vontade de se ter um amor, e mais evidente que nem todos nascem para serem amados!

 

 

CAPÍTULO 6

 

Voando em direção não ao amor

 

A corrida se tornou um caminhar em passos lentos. A luta terminou depois de três rounds nos quais o jovem sofreu três nocautes. Não era covardia a desistência, mais uma questão de sobreviver. Calma, seria mesmo a desistência? Ou apenas a raiva e a indignação por não ter encontrado o que queria?

Claro que se tem respostas a essas perguntas, e as respostas o tempo trouxe, quando alguém entrou em sua vida de novo. Desta vez, cruzava alguns limites, mas limites era o que mais o jovem gostava de desafiar. Se permitiu sentir, jorrar, o restante do que se estava em seu peito. Uma moça de muito longe, morena, cabelos lisos pretos, olhos negros e puxados, uma pele lisa e não falava língua do jovem. Impedimento? Não. Uma peculiaridade!

Não houve toque, abraços, beijos, apenas uma tela, uma ligação, muitas vezes palavras que precisavam de tradução tanto para ele quanto a ela, um aprendizado de idiomas. Meses passaram, o tal jovem sentindo o que jurava amor, comprava uma passagem, embarcava em um voo, cruzava estados e país, ao encontro de sua amada. O primeiro abraço cheirava amor. Mas ao passar dos dias, ele se arrependera. Ele não tinha mais a convicção que daria certo, nem a certeza que era amor. Perdido e não sabendo o que fazer.

Pensou, repensou.

— Continuarei. Disse o jovem.

Mesmo que não atingisse suas expectativas, ele continuou, calado, fazendo o que podia para dar certo, não em passos rápidos, uma corrida, caminhando na velocidade que conseguia, não lutando como um boxeador, com velocidade, destreza, mas como alguém que já havia beijado a lona muitas vezes, sangrando, com sede, fôlego curto. Ele estava dando o seu melhor.

Percebe-se que ele queria muito amar, ser amado!

Com tudo que estava acontecendo, a felicidade dentro de si, foi morrendo, a luz, escurecendo, cada dia que se passava era mais um dia preso, acorrentado ao escuro. Ele já buscava meios de sair, de sobreviver. Alguns meses depois, o jovem voltava ao país, para mais uma tentativa, porém evidenciou ser uma luta perdida.

O abraço já era triste, as conversas sem empolgação, brigas se faziam mais presentes que sorrisos. Voltou a sua casa, procurando um meio de colocar um ponto final. Trinta dias passaram, e com eles chegou à resposta, o tão esperado ponto final. A história teria acabado, e ao contrário das demais, não viveu o luto, nem tão pouco se recuperava de tortura emocional, no se pontear a história com seu final, a felicidade voltou, a liberdade se instaurou, ele se sentiu livre, livre para viver, e naquela euforia tomara uma decisão de não procurar mais o amor.

O jovem entendeu estar correndo antes de andar, querendo voar sem ter asas, apressando o tempo, pulando etapas necessárias para um possível amor, aquele amor que tanto buscava.

— Ficarei quieto por algum tempo, sem ninguém, tirarei para mim e meu coração um pouco de paz, não está na hora do meu grande amor. Disse o jovem convicto.

Uma coisa que sabemos é que o controle de sentimentos não existe. Podemos controlar nossas expressões em momentos de raiva, de estresse, de fúria, mas isso não impede que não sentimos esses sentimentos, apenas um cuidado para não sermos reféns deles e das consequências que eles trarão se nossa boca se aliar a eles.

O que é para acontecer vai acontecer, ninguém escapa do destino.

 

 

CAPÍTULO 7

 

Encontrando o amor

 

Fazemos escolhas julgando ser as melhores para nós, seja por autocuidado, por egoísmo, orgulho, medo, os diversos traumas, por felicidade, amizade, pelo certo e errado, e também pelo amor. As escolhas que fazemos escreve o destino, a história, com cada escolha vem o seu preço seja bom ou ruim, alguns chamam isso de viver.

Na vida que temos, o viver a cada dia se torna mais um existir, não percebemos coisas simples como o sol, a chuva, a natureza, os motivos para sorrisos, as pessoas que nos cercam, tudo se torna minimalista, o que era para ser uma vida colorida, cheia de emoções se torna uma vida acinzentada, sem graça, preenchida pela rotina, pela perda de vontade das coisas importantes.

Isso faz sentido principalmente a frase:

"Às vezes não notamos que a melhor coisa que pode nos acontecer, está bem debaixo do nosso nariz"

Profundo, não?

Foi exatamente assim, que o jovem se apaixonou perdidamente por uma de suas melhores amigas. Parecia impossível, era algo que jamais passaria em sua cabeça, remetia a pensamentos de loucura, tudo em vão, seu coração já havia a escolhido, não importasse o quanto eu lutasse contra seus sentimentos, em mão pensar e olhar para ela, seu coração a escolheu, simplesmente assim.

Sua compreensão do amor evoluiu quando seu coração se encheu de sentimentos por ela, os significados antigos de amor foram rasgados e taxados como qualquer coisa, menos amor. A admiração que havia dentro dele em sua forma de olhar para ela, no caminhar, comer, se vestir, nas palavras e sorrisos, em raros momentos que havia um toque entre seus corpos deixava claro, o jovem amava a garota, a sua amiga, aquela amizade vista um dia como irmã transformada em uma paixão, um amor, um desejo ardente de viver uma vida ao lado dela. Finalmente a busca havia chegado ao fim, ele encontrou o que tanto buscava. Aliviado ele ficou, sem mais lutas, correrias, sem mais sangue, dor e tristeza, assim ele pensava. Pobre jovem!

Ao passar dos dias, dos meses, o sentimento foi crescendo de uma forma incontrolável, ele lutava arduamente não para fazer dar certo como outrora, mas para controlar seus sentimentos, para não jorrar tudo de uma vez e afogar ela. Um humano querendo lutar contra um tsunami, causa perdida, mas firme ele seguia.

A moça, branca como a neve, cabelos cacheados cumpridos, um sorriso lindo, olhos castanhos escuros, de porte rebuscado, de uma beleza ímpar, com uma elegância anormal, se parecia que ela havia saído de um desfile, suas vestimentas dava o toque de feminilidade a ela, enaltecida a mulher linda que ela já era. Como não se apaixonar?

Porém, o amor que ele sentia, que enfim havia encontrado seu alguém, a pessoa digna de receber tudo aquilo porque sofreu, era um amor solitário. Ele a amava com tudo que havia dentro de si, e ela não sentia o mesmo. Ironia da vida, do destino, no ato de encontrar o que tanto buscava, o que era para ser sentindo a dois com quem finalmente compensava, não poderia por haver sentimentos apenas de um lado. Isso chocava com pensamentos ensurdecedores na cabeça do jovem ao olhar para trás e notar que com todas as outras as quais não havia chances, não era amor, paixões doentias, perigos enormes, sentimentos tóxicos, aconteceu algo e com ela, e seu amor, não poderia se ter.

Um amor proibido! Nada como Romeu e Julieta, e seu compromisso do amor até a morte.

Ele apenas sabia que quanto mais sentia, mais longe a realidade ficava deles estarem juntos.

Mesmo tento a certeza de que não ficariam juntos, ele lutou, ele confessou seus sentimentos bravamente, com todas as chances de não dar certo ele foi, ele tentou conquistá-la, habitar eu sei coração como ele habitava no seu. E depois de muitas tentativas, de uma luta que lhe deixou amargurado ele se entregou. Ficou claro, que nem todos nasceram para amar e serem amados, alguns apenas amam outros só são amados.

No encontro com seu verdadeiro amor o jovem descobre que o seu amor por ela é apenas dele para com ela, sentindo apenas por ele, vivido apenas por ele. Abriram-se os pensamentos, e com tantas lágrimas em seu rosto, gritos presos a garganta, de joelhos ao chão, com a cabeça voltada aos céus, ele confessa:

—Nem sempre vivemos com o amor de nossas vidas, não são todos que tem esse privilégio, alguns amores existem apenas no coração de quem ama, alguns amores são solitários, impossíveis.

Eu pensava que amar era estar junto, viver ao lado da pessoa amada como dito em votos de casamento "até que a morte nos separe", realizar sonhos juntos, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, que o amor é até poder viver sem a pessoa, mas escolher viver com ela e por ela todos os dias de sua vida, amando, cuidado, conhecendo seus defeitos e mesmo assim amando, se doando.

Esse era o amor que ele queria, sonhava e lutava, o amor que ele encontrava e por obra do destino, eles não ficariam juntos. O amor que morava no jovem se quer chegou a existir no coração da moça, e o jovem, aos prantos entendeu e disse:

— Amar também é deixar ir!

As lágrimas encharcam seu rosto, o som do seu choro ecoava em seu quarto, mesmo com tudo isso ele resolvera viver o amor a cada dia, não pelos dois, mas por si mesmo, ao contrário de que muitos matariam esse amor, achariam outro alguém para curar um amor com outro amor, ele escolheu deixa-lo em seu coração e por mais que perdera tudo de uma vez, aquela amiga de quase 10 anos e o recente amor de sua vida, não viveu o luto, se compreendeu que o ato mais puro de amor que uma pessoa pode fazer é deixa-la ir, torcer por sua felicidade, pelo seu bem, e as memórias e tudo que existir dentro do seu próprio coração ser apreciado a cada dia sabendo que alguns amores florescem apenas em um coração!

 

 

CAPÍTULO 8

 

Amando por uma vida

 

Sentando a sombra de uma árvore, o jovem olhava ao passado. Não havia nele vontade de voltar e mudar as coisas, não poderia fazer isso, e mesmo se pudesse não faria, ele entendeu o que é o amor, o que é amar.

O jovem ainda não havia experimentado ser amado, talvez um dia saiba como será, ao acaso e nas mãos do destino estão as respostas, quiçá um dia, em uma manhã ou noite conheça alguém, que o ame e possam viver um amor, o amor de suas vidas até porque o amor para a vida dele sempre será a moça que se quer sabe o tamanho deste amor.

Amar, é deixar ir. Essa era a resposta que se teve por lutar tanto. E com o passar do tempo, dos anos, o jovem viu seu grande amor cruzar uma passarela, deslumbrantemente em seu vestido de noiva, com lágrimas em seu rosto, ao lado de seu futuro marido, dizendo seus votos de seu casamento, chorando e sorrindo completamente feliz, confessando um dos sim, mais espontâneos de sua vida, em contrapartida, ao sim, mais doloroso da vida do jovem.

— Eu vos declaro casados. Disse o juiz de paz.

O mundo do jovem caiu. Com toda a delicadeza ele foi saindo, e ao chegar à porta olhou mais uma vez para ela, notando o sorriso que ele sempre amou, percebendo a felicidade que ela sentia. Mesmo em seu vestido de noiva que ele tanto sonhara em vê-la caminhando em sua direção ao altar, seu penteado, sua maquiagem, as lágrimas, os votos, o SIM, o beijo, tudo aquilo que se passava em sua mente era a despedida do jovem pela moça, sabendo que ela estava feliz e isso importava muito para ele.

Como a noite desaparece ao raiar do sol, assim foi a partida do jovem da vida da moça, nunca mais se encontraram, e a moça, bom sortuda por ser amada duas vezes, pelo seu marido e o jovem que anonimamente desapareceu levando consigo o amor que entre os dois era impossível!

Não houve se quer um dia de arrependimento no jovem que agora, respirava com dificuldades pelo avançar da idade, a pele enrugada, cabelos brancos, o olhar de uma vida de luta, e o estar sozinho em um quarto de hospital revelava a solidão que foi sua vida menos em seu coração preenchido pelo amor de quando ainda era jovem.

Sem arrependimentos, sem egoísmo, sem orgulho, o jovem deixou o amor de sua vida partir para que a moça vivesse o seu amor de uma vida, e foi feliz, amou e foi amada, alcançou seus filhos e netos, era conhecida por sua felicidade, gratidão a vida e um exemplo pelo seu amor a sua família.

Olhando as fotos dela em seu telefone, guardadas por décadas as lágrimas percorreram seu rosto, seu coração ardia intensamente deixando claro que após décadas, o amor estava lá, ele vivia dentro daquele coração cansado.

Mas aquele dia, foi o último dia de vida daquele amor solitário e do tal jovem. Com o celular nas mãos, passando lá dedos trêmulos e enrugados a tela onde se vai o rosto do seu grande amor seu coração ardeu pela última vez, seus olhos a viram pela última vez, respirou fundo, e suas últimas palavras foram:

— Eu te amei a vida toda assim como te amo agora, e amarei eternamente!

O jovem que já era um velhinho avançado em sua idade partiu desta terra amando incondicionalmente a mulher de sua vida, acreditando que se houver uma próxima vida talvez ele também seja o amor da vida dela assim como a moça foi o seu grande amor!

 

FIM.

2 comentários


Apesar de ter sido amores fracassados, cada história conta uma parte do amor espalhado pior diversas vezes, o amor é um sentimento bonito, o autor soube descrever em cada capítulo, gostei muito de ler.

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"Amar também é deixar ir."

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